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Creche – Família – Comunidade – construindo referências para crescimento e desenvolvimento saudável na infância

Por Regina Cabral e Lídia Vasconcelos

Em 2014, em diálogo com o UNICEF, o Formação[1] propôs realizar uma ação junto a dez UEB – Unidades de Educação Básica – Educação Infantil de São Luís, em dez bairros da região metropolitana de São Luís. São elas: UEB Evandro Bessa, UEB Odylo Costa Filho, UEB Dilson Ramos Bessa, UEB Dilú Mello, UEB Elpídio Hermes de Carvalho, UEB Maria Antonieta Bitencourt de Araújo, UEB Maria Amélia Profeta, UEB Orquídea Santos, UEB Maria José Aragão, UEB Araripina de Alencar Fecury.

Os desafios que tínhamos pela frente eram muitos, entre os quais destacam-se três:

  1. provocar reflexões sobre a relação Escola – Família – Comunidade;
  2. buscar soluções para materializar esse desafio;
  3. contribuir para que as famílias se sentissem mais presentes e atuantes no acompanhamento da escola onde seu filho estuda.

Algumas das questões levantadas para essa necessidade foram relacionadas por profissionais das Creches (UEB) e pais com o fato de que, regra geral, há mais aproximação das famílias com as creches comunitárias[2] do que com as creches públicas.

As razões elencadas para o fato de os pais serem mais próximos de creches comunitárias do que das públicas têm sido:

– alguns pais não se sentem suficientemente seguros com o calendário escolar da UEB pública, devido aos movimentos de reivindicações[3] que provocam paralisações por tempo indeterminado. Sendo que no caso da Creche, os pais que trabalham necessitam ter um planejamento maior da rotina de seus filhos durante a sua própria jornada de trabalho fora de casa;

– é mais fácil aos pais proporem e verem suas sugestões sendo aceitas numa unidade comunitária do que numa unidade pública. Sugestões que podem variar do tipo de alimentação que os filhos deveriam ter até conteúdos, metodologias, hábitos de higiene, entre outras alternativas.

Todos, porém, admitem que as unidades públicas são bem melhor estruturadas e garantem quadros profissionais mais preparados.

Com essa problematização inicial a equipe de profissionais do Formação (GT Educação) foi ao longo do segundo semestre de 2014 desenvolvendo, simultaneamente, nas dez creches, três blocos de ações.

Os três blocos de ações foram:

BLOCO 1 – Reuniões com Pais e Profissionais das Creches.

Teve como objetivo apresentar o projeto Territórios Irradiadores, provocar pais e professores para se posicionarem sobre a educação de seus filhos e a relação existente entre família e escola.

Na dinâmica POSICIONE-SE era perguntado aos pais:

– Vocês gostam da proposta pedagógico da escola?

– De que forma vocês participam da rotina da escola?

– Pais e Professores dialogam sobre o tipo de alimentação e cuidados das crianças na escola e na família?

– De que forma vocês acham que podem contribuir para que fique ainda melhor?

Essas reuniões eram concluídas com a construção de Agenda das Ações do Projeto na UEB.

BLOCO 2 –Seminário “Ações Educativas articulando Creche – Família – Comunidade”

O objetivo foi construir referências para a ação conjunta visando o crescimento e desenvolvimento saudável na infância.

A sequência desenvolvida nesses seminários foi:

  • breve explicação do Programa Plataforma dos Centros Urbanos;
  • retrospectiva individual da infância.

Em grupos, os presentes fizeram uma apresentação, a partir de três itens orientadores:

– Quem sou eu?

– Que lembrança positiva tenho de minha infância?

– Que lembrança negativa tenho de minha infância?

A proposta apresentada foi de desenhar as respostas individuais em um cartaz coletivo para posteriormente serem compartilhadas com todos.

Após esse trabalho em grupo foi realizada a seguinte problematização:

– Que pontes fazemos entre o que aconteceu em nossa infância (PASSADO) com o nosso trabalho com a infância (PRESENTE)?

Ou seja:

– De que forma o que vivi no passado repercute no presente?

– Qual é o meu compromisso com a educação de crianças, hoje?

– Em qual espaço estou atuando: Escola? Família? Comunidade?

Esse seminário foi encerrado através de painel com apresentação dos resultados do debate e uma rodada de proposições, a partir da seguinte questão orientadora:

– Quais são nossas ideias para integrar melhor a escola com a família e a comunidade, em prol de uma educação saudável para as crianças?

BLOCO 3 – Oficina Integrada “Cuidados da Criança: uma ação da família e da escola

Teve como objetivos:

– Promover diálogo entre profissionais da UEB, da SEMED e pais sobre cuidados diversos com as crianças na Creche e na família.

– Refletir sobre o cardápio da criança na escola e na família.

– Discutir sobre como família e escola cuidam da criança no que se refere a hábitos diversos de higiene.

Com a seguinte sequência:

– Apresentação das pessoas e da programação.

– Cuidar da Criança: uma tarefa de todos I.

– Dinâmica de interação.

– Em seguida, foi realizado um aprofundamento da realidade, em grupos, com três atividades:

Atividade 1 – Conhecendo mais sobre a alimentação das crianças.

Grupo 1 – Profissionais da UEBGrupo 2 – Pais
Qual o cardápio da escola (Preencher um quadro de segunda a sexta)?Que alimentos a criança costuma comer em casa? (Preencher um quadro coletivo de segunda a domingo)?

A ideia foi  expor os quadros com cardápios básicos da alimentação das crianças – seguido de uma reflexão coletiva.

Atividade 2 – Conhecendo mais sobre os hábitos das crianças.

Grupo 1 – Profissionais da UEBGrupo 2 – Pais
Preencher um quadro com hábitos das crianças e cuidados presentes na escola.Preencher um quadro com hábitos das crianças e cuidados presentes na família.

A ideia foi organizar um quadro com alternativas diversas sobre hábitos que poderiam ser preenchidos com SIM ou NÃO.

Atividade 3: Sobre o Cuidar da Crianças: uma tarefa de todos II.

Foi composto um Varal de Possibilidades, a partir da seguinte questão provocativa:

– Como podemos avançar ainda mais com esses cuidados para a criança ter um melhor desenvolvimento? Qual é a nossa proposta?

Cada pai ou professor preencheu uma cartela com sua proposta e a expôs no Varal.

ALGUMAS CONCLUSÕES

Durante essas ações motivaram a equipe algumas fortes razões.

  1. A necessidade da aproximação família – escola para garantia da educação integral das crianças.
  2. Importância de se construir e fortalecer uma Rede de Proteção à Infância.
  3. O fato de a Educação Infantil ser uma etapa fundamental na vida das crianças, irrecuperável em idades seguintes e ser uma responsabilidade de todos: Governo, Sociedade e Família.

Todos esses resultados compartilharemos em breve. A ideia de se introduzir esse debate, neste momento, foi para oportunizar a pauta realizada nas dez creches de São Luís, para quem desejar desenvolvê-la em sua escola.

[1] ONG criada em 1999 que desenvolve ideias para o fortalecimento da educação pública, de qualidade.

[2] Existem muitas Creches Comunitárias em São Luís, mas neste texto não nos deteremos a análise sobre as mesmas.

[3] Não estamos realizando neste momento nenhuma análise sobre esses movimentos, que a priori consideramos justos e necessários para manutenção da qualidade do emprego, do trabalho e do salário. Evidentemente concordamos que nenhuma reivindicação pode prejudicar o fim da política pública, que nesse caso é a educação e o cuidado das crianças.

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